Economia Brasileira Surpreende com Crescimento de 1,4% no Trimestre: Indústria e Serviços Impulsionam, Agropecuária Desafia
- redação
- 4 de set. de 2024
- 3 min de leitura
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 1,4% no segundo trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, superando o aumento de 1,0% (revisado para cima) observado no primeiro trimestre do ano, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3). O PIB, que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país, atingiu R$ 2,9 trilhões em valores correntes.

Comparado ao mesmo período do ano anterior, o PIB apresentou uma alta de 3,3%. Esse desempenho foi significativamente superior às expectativas do consenso de analistas da LSEG, que projetavam um aumento de 0,9% em relação ao primeiro trimestre e um crescimento anual de 2,7%.
Entre os setores, os Serviços cresceram 1,0% e a Indústria teve alta de 1,8%, ambos contribuindo positivamente para o resultado trimestral. No entanto, a Agropecuária recuou 2,3% no período.
Pela ótica da demanda, os três principais componentes também registraram crescimento em comparação ao trimestre anterior: tanto o consumo das famílias quanto o do governo avançaram 1,3%, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo, que mede os investimentos, subiu 2,1%.

Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, com a redução da contribuição da Agropecuária, a Indústria ganhou destaque neste trimestre, especialmente nos setores de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e Construção. Ela acrescentou que, pela ótica da demanda interna, os componentes foram impulsionados por fatores como as condições favoráveis do mercado de trabalho, juros mais baixos e maior disponibilidade de crédito.
Além disso, Rebeca destacou que o aumento dos investimentos foi favorecido pelo crescimento das importações e da produção nacional de bens de capital, pelo desempenho positivo da construção e pelo desenvolvimento de software. Entretanto, o setor externo contribuiu negativamente para o crescimento econômico, ao contrário do ano passado.
Na comparação anual, o PIB aumentou 3,3%, com destaque para os Serviços (3,5%) e a Indústria (3,9%), enquanto a Agropecuária recuou 2,9%. Dentro do setor de Serviços, todos os segmentos tiveram crescimento, com ênfase em Informação e comunicação (6,1%), Outras atividades de serviços (4,5%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (4,0%), Comércio (4,0%) e Atividades imobiliárias (3,7%).
A Indústria foi impulsionada pelo aumento de 8,5% no setor de Eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos. Rebeca explicou que o maior consumo de eletricidade, principalmente nas residências, aliado à manutenção da bandeira tarifária verde, ajudou o setor. A Construção cresceu 4,4%, as Indústrias de Transformação tiveram sua segunda alta consecutiva (3,6%) e as Indústrias Extrativas cresceram 1,0%.

Apesar de um bom desempenho da pecuária e de culturas como café e algodão, condições climáticas adversas levaram a uma queda na produção de soja e milho, resultando em um recuo da Agropecuária tanto com ajuste sazonal quanto sem ajuste, acumulando variação nula (0,0%) nos últimos 12 meses.
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2024 foi de 16,8% do PIB, acima dos 16,4% registrados no mesmo período de 2023, enquanto a taxa de poupança caiu para 16,0%, abaixo dos 16,8% registrados no segundo trimestre do ano anterior. Rebeca afirmou que a taxa de investimento foi beneficiada pelo crescimento mais acentuado da Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB.
No acumulado dos últimos quatro trimestres, o PIB cresceu 2,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Nesse contexto, a Indústria e os Serviços registraram altas de 2,6%, enquanto a Agropecuária permaneceu estável. Pela ótica da demanda interna, a Despesa de Consumo das Famílias aumentou 3,7% e a Despesa de Consumo do Governo cresceu 2,4%. Contudo, a Formação Bruta de Capital Fixo recuou 0,9%, marcando o quarto trimestre consecutivo de queda.
Comments