Operação Penalidade Máxima: Atletas Punidos e Suas Novas Jornadas no Futebol e Além
- joaogabrieldantas2009
- 27 de set. de 2024
- 4 min de leitura

Operação Penalidade Máxima
A Operação Penalidade Máxima, iniciada em fevereiro de 2023, revelou um esquema de manipulação envolvendo jogadores e apostadores que lucravam em sites de apostas esportivas no futebol brasileiro.
No total, 22 jogadores foram punidos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Destes, cinco receberam banimento definitivo do futebol, enquanto os demais enfrentaram suspensões que variam de 360 a 720 dias. A maioria ainda está cumprindo pena, embora alguns já tenham retornado ao esporte profissional. O ge está atualizando a situação dos envolvidos.
As investigações revelaram uma rede complexa de corrupção, onde atletas eram aliciados com promessas de dinheiro para cometer infrações em campo, como receber cartões amarelos ou provocar pênaltis.
Quem já voltou a jogar?
Sete jogadores já cumpriram suas penas, e seis deles possuem contrato com clubes: o lateral-esquerdo Igor Cariús (Sport), o zagueiro Eduardo Bauermann (Everton, do Chile), o lateral-esquerdo Sávio (Remo), o volante Bryan Garcia (Independiente Del Valle, do Equador), o zagueiro Kevin Lomónaco (Independiente, da Argentina) e o atacante Alef Manga (Coritiba).
Alef Manga teve sua punição encerrada na última quarta-feira e foi reintegrado ao elenco do Coritiba para a sequência da Série B. Devido ao longo período de inatividade, ele ainda não tem uma data definida para retornar aos jogos.
Por outro lado, Igor Cariús retornou a atuar pelo Sport no início de agosto e já participou de 10 partidas, sendo titular nas últimas rodadas da Série B. O jogador marcou seu primeiro gol desde o retorno, garantindo a vitória por 1 a 0 sobre o Paysandu.
Thonny Anderson, que foi multado financeiramente, mas não suspenso, também está em ação pelo Ituano na Série B. Por fim, o volante Fernando Neto, que jogava no Operário-PR na época do esquema, já cumpriu totalmente sua punição e permanece sem clube.
Banidos do futebol
Diego Porfírio, Gabriel Tota, Matheus Gomes, Romário e Ygor Catatau receberam as penas mais severas. O banimento foi aplicado aos jogadores que tiveram um papel mais ativo no esquema, intermediaram contatos com apostadores ou receberam valores mais altos.
Considerado o pivô do esquema, o volante Romário, que defendia o Vila Nova, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti em um jogo contra o Sport, pela Série B. Em entrevista ao ge, ele admitiu que errou ao aceitar o dinheiro dos apostadores, mas afirmou que nunca forçou cartões ou cometeu faltas intencionalmente. A reportagem não conseguiu apurar qual é a atividade atual do ex-jogador.
Matheus Gomes, ex-goleiro, atualmente trabalha como motorista de aplicativo em Belo Horizonte, ganhando até R$ 7 mil por mês após ser punido por envolvimento em um esquema de apostas. Ele foi responsável por apresentar o jogador Fernando Neto a um apostador, o que resultou em sua condenação. Matheus alega que não recebeu os R$ 100 mil prometidos e considera sua pena injusta.
Gabriel Tota, ex-meia, atualmente joga em campeonatos amadores e foi acusado de receber dinheiro da quadrilha de apostas para influenciar o desempenho de Paulo Miranda, gerando cartões amarelos em jogos do Juventude. Ele e Miranda foram investigados devido a uma chamada de vídeo com o chefe da quadrilha antes de uma partida.
Ygor Catatau, ex-atacante, atualmente se dedica ao futevôlei e participa de competições. Ele foi identificado como intermediário em um esquema de apostas envolvendo jogadores do Sampaio Corrêa e recebeu uma multa de R$ 70 mil.
Diego Porfírio, ex-lateral, também atua no futebol amador. Em depoimento, ele confessou ter aceitado R$ 50 mil para receber um cartão amarelo em um jogo do Coritiba contra o América-MG, e indicou Alef Manga para o mesmo esquema. Ambos receberam cartões na partida.
Ainda suspensos
Nove jogadores receberam suspensões mais longas do STJD devido à participação no esquema de apostas esportivas. Quatro deles—André Queixo, Dadá Belmonte, Mateusinho e Paulo Sérgio—foram punidos com 600 dias. Já outros cinco—Gabriel Domingos, Paulo Miranda, Nino Paraíba, Moraes e Vitor Mendes—estão cumprindo 720 dias de suspensão.
Mesmo afastados dos campos profissionais, os atletas buscam manter a forma física por meio de treinos e participam de competições amadoras. Entre as alternativas encontradas para driblar a inatividade estão campeonatos de várzea e partidas entre amigos do meio do futebol.
Nino Paraíba, natural de Rio Tinto, na Paraíba, participou de uma competição bastante peculiar: a Champions Potiguara. O torneio, realizado em sua cidade natal, é voltado para a comunidade indígena potiguara, que é significativa na região do Litoral Norte paraibano.
Além das atividades esportivas, alguns atletas buscam outras fontes de renda. Gabriel Domingos, por exemplo, trabalha em um depósito de materiais de construção e nutre o sonho de retomar a carreira profissional após o término da suspensão.
Punidos na Operação Penalidade Máxima:
Banidos
Diego Porfírio
Gabriel Tota
Matheus Gomes
Romário
Ygor Catatau
Liberado após multa
Thonny Anderson (Ituano)
Liberados após 360 dias
Alef Manga (Coritiba)
Bryan Garcia (Independiente Del Valle, do Equador)
Eduardo Bauermann (Everton, do Chile)
Fernando Neto (sem clube)
Igor Cariús (Sport)
Kevin Lomónaco (Independiente, da Argentina)
Sávio (Remo)
Suspensos por 600 dias
André Queixo
Dadá Belmonte
Mateusinho
Paulo Sérgio
Suspensos por 720 dias
Gabriel Domingos
Paulo Miranda
Nino Paraíba
Moraes
Vitor Mendes
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